Os Certificados de Aforro são um dos instrumentos de poupança mais tradicionais e conhecidos em Portugal, especialmente entre aqueles que procuram segurança e simplicidade na gestão do seu dinheiro. Criados em 1960, estes produtos financeiros têm servido como uma opção de baixo risco, emitida pelo Estado Português, para quem deseja preservar e rentabilizar as suas economias.

Contudo, o contexto económico e financeiro tem mudado significativamente ao longo das décadas, levantando questões sobre a relevância e atratividade destes instrumentos nos dias de hoje. Será que ainda fazem sentido como parte de uma estratégia de poupança? Este artigo analisa o que são os Certificados de Aforro, como funcionam, e avalia se continuam a ser uma opção vantajosa para os investidores portugueses.

Certificados de Aforro: O Que É?

Os Certificados de Aforro são produtos de poupança disponibilizados pelo Estado português e funcionam como uma forma de financiamento público, ou seja, ao subscrevê-los, está a emprestar o seu dinheiro ao governo de Portugal. Em contrapartida, o Estado compromete-se a devolver o montante investido acrescido de juros, de acordo com as condições estipuladas no momento da subscrição.

A grande atratividade dos Certificados de Aforro reside na garantia estatal e na simplicidade do seu funcionamento. Ao subscrever estes produtos, o investidor está, na prática, a emprestar dinheiro ao Estado, recebendo em troca juros que variam em função da evolução da taxa Euribor a 3 meses, dentro de determinados limites. Além disso, os Certificados de Aforro estão isentos de comissões de subscrição e resgate, tornando-os uma opção transparente e acessível.

Será que ainda vale a pena investir em certificados de aforro?

No vídeo postado abaixo eu mostro quanto ganhei nos últimos 6 meses e qual é a taxa de juro que estou a receber, e mais à frente revelo se ainda continua a valer a pena:

Mas e para quem está a pensar subscrever certificados de aforro nesta altura, será que é boa ideia?

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, em junho de 2025 foi fixada em 2,070%.

Segundo os dados do Trading Economics, a taxa de inflação anual em Portugal subiu para 2,3% em maio de 2025, e assim sendo se meter dinheiro em certificados de aforro a 2,07% estará efetivamente a perder dinheiro.

Esta é a realidade neste momento, e por isso, é aconselhável procurar por outras opções de investimento mais rentáveis, mas cabe a cada pessoa alocar os seus ativos de acordo com o seu perfil de investidor e com o nível de risco que está disposto a correr.

Dito isto, sempre é melhor colocar o dinheiro em certificados de aforro do que tê-lo a prazo ou à ordem no Banco.

Conclusão

Os Certificados de Aforro mantêm-se como uma das opções mais seguras e acessíveis para os pequenos aforradores em Portugal. A simplicidade do seu funcionamento, a garantia estatal e a ausência de custos associados tornam-nos uma escolha atrativa, sobretudo para quem valoriza a preservação do capital acima de potenciais ganhos elevados.

No entanto, a sua rentabilidade está diretamente ligada às condições do mercado, nomeadamente à evolução das taxas de juro, o que pode limitar os ganhos em contextos de juros baixos. Assim, para determinar se os Certificados de Aforro ainda valem a pena, é essencial considerar o seu perfil financeiro, os objetivos de poupança e as alternativas disponíveis no mercado.

Se procura segurança e estabilidade, os Certificados de Aforro continuam a ser uma opção sólida. Contudo, para quem tem maior tolerância ao risco e deseja retornos mais elevados, pode ser importante explorar outras oportunidades de investimento. Afinal, a melhor decisão será sempre aquela que alinha os seus objetivos financeiros às características do produto escolhido.

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